segunda-feira, 8 de junho de 2009

A vida do meu pai na aldeia

O meu avô nasceu numa aldeia da Beira Baixa, chamada Rosmaninhal. Na idade de ir para a escola, foi viver para outra aldeia, chamada Caria. Aqui viveu até aos 9 anos, altura em que deixou de estudar, voltando novamente para o Rosmaninhal, onde ajudava o pai na profissão de marceneiro.Nos anos cinquenta, a alimentação nas aldeias baseava-se em feijão, grão, batata, hortaliça e pão, que eram produzidos pelos próprios habitantes. O trigo utilizado para o fabrico do pão servia também para pagamento de serviços, uma vez que se tratava de um bem escasso e essencial.A carne era de porco que criavam durante o ano e que matavam pela altura do Natal. Faziam os enchidos: chouriços, morcelas, paios. As galinhas criadas pelos próprios eram outras das carnes mais consumidas. Das galinhas também obtinham os ovos.Quanto a divertimentos eram poucos. Segundo conta o meu avô, quando ainda menino, andava de triciclo, jogava à bola, lia alguns livros e por vezes acompanhava o pai à caça.

























O meu avô a andar de triciclo


Já mais crescido, os divertimentos mais apreciados eram os bailaricos, as romarias por altura das festas e, de vez enquanto, um filme daqueles cinemas ambulantes que iam de aldeia em aldeia. O meu avô sempre esteve ligado à música. Formou um grupo com outros amigos e tocavam nos bailes e casamentos. Na noite do casamento, era habitual cantarem os parabéns à porta dos noivos.



















O meu avô com a família na romaria de Santa Madalena

O vestuário utilizado durante a semana era composto por roupas mais velhas usadas no trabalho, que era essencialmente agrícola. Aos domingos, então já se viam algumas pessoas com roupas melhores e mais novas, para irem à missa e aos bailaricos.
























O meu avô com o seu fato domingueiro

Nesta época a maior parte da população vivia da agricultura. O meu avô ajudava o pai em trabalhos de marcenaria. Entretanto, conheceu a minha avó, casaram e vieram viver para Castelo Branco, onde o meu avô trabalhou no comércio, ramo de sapataria, até à reforma. Tiveram dois filhos, um rapaz e uma rapariga, que é a minha mãe.

















Casamento dos meus avós

















Os meus avós e os filhos



Inês Girão

Sem comentários:

Enviar um comentário